segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Triângulo

Alguns chamam de triângulo. Para outros, é como um relógio, onde os dois ponteiros só giram por causa de um pino. De todos os significados existentes, eu prefiro chamá-lo de nó. O nó só existe por causa de uma espécie de luta entre as pontas. E para mim, essa é a melhor comparação que pode explicar, pois quando o nó está frouxo, eu sinto como se eu estivesse te cedendo para a outra ponta. Quando está mais apertado, é como se eu estivesse te ganhando.
Nessas histórias os envolvidos nunca querem protagonizar a história de ciúmes de Otelo e Desdemona, mas em todos os casos, é assim que esse sentimento funciona, é um espetáculo de matar ou morrer. Um dos ponteiros nunca vai alcançar o outro nessa luta de rodar e impressionar o pino, o que as pontas fazem com o nó sempre será prejudicial tanto para o nó, quanto para as pontas e no triângulo, as nunca haverá um encontro entre os vértices. Uma ponta sempre tentará jogar a outra no ostracismo, e é difícil a coexistência de amizade e amor nessas situações. Tudo é esquecido e deixado para trás.
Mas, apesar de tudo o que digam, de todos os defeitos que existam nesse estranho sentimento, ele não é de todo ruim. No fundo, ele só está ali inocentemente escondido, querendo sair para brincar de vez em quando. E é quando essa “brincadeira” acontece, que nós vemos que por trás de todo esse mar de inveja, choros, ataques e ciúmes, na verdade os ponteiros tem um coração, e que eles querem demonstrar da forma mais peculiar possível que só eles podem fazer o pino ser na realidade o homem mais feliz do mundo.

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