quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Manage me, I'm a mess

Medo e incerteza. Essas duas palavras tem resumido meus últimos dias. Sinto-me presa à indecisão. A competitividade me envenena junto com o ciúme, ambos fazendo minha cabeça formular pensamentos que ecoam e arrepiam até os ossos. Já é a reta final, o último fôlego antes do mergulho, e eu me vejo sem a capacidade de inspirar.

Busco consolo no abraço conhecido, que me ajuda por alguns minutos. Depois fico sozinha de novo. Não quero sair da cama e ter que dar satisfação a ninguém, afinal, poucos acreditam realmente em mim. A voz em minha cabeça insiste em me torturar. O telefone toca. Hora de desabar e deixar as lágrimas aparecerem para quem eu tenho certeza que nunca irá deixa-las cair. Conto meus medos, digo minhas incertezas, despejo rios de lamentos e do outro lado da linha ouço uma voz áspera que me faz engolir o choro de uma só vez, dolorosamente. “Confiança! Eu te amo e você consegue!”, ouço essas lindas palavras ditas de forma rude, com um nó na garganta. Minha voz trêmula profere palavras de concordância embebidas de saudade. Desligo o telefone, tento me recompor. Não quero que perguntem a razão da minha tristeza. Deito n cama novamente, ainda há um resquício de dor em meus olhos. Volto para os pequenos braços conhecidos que secam minhas lágrimas que brotaram de novo. Um cílio cai. Fazemos um pedido, e eu peço para que o medo que me congelar não tenha fundamento, mas o cílio não fica comigo. Rio ironizando a situação, e digo qual havia sido meu pedido, então ouço sua voz macia: “Eu também pedi por você...”. Uma cachoeira de lágrimas temperadas com carinho, emoção e uma pitada de dor, caem novamente. “Confie em você mesma como eu confio.”, ouço. Sorrio meio triste e pergunto a razão da confiança, ela diz então: “Você é minha irmã mais velha, minha inspiração”. Um abraço forte sela uma amizade consanguínea, um beijo seca a última lágrima que caiu. No meu celular vejo uma mensagem que me faz sorrir, e me dá forças para levantar da cama espaçosa e lavar o rosto.

Com a cabeça erguida eu caminho em direção à porta, lembrando-me da história do sapo surdo que, por não ouvir os gritos de desencorajamento, escalou o mais alto cume. Subo as escadas com o peito inflado e olhar confiante, pronta para a guerra. Afinal de contas... ELES confiam em mim. Não preciso de mais nada.

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