segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ana e o mar

Toda vez que eu olho nos teus olhos, vejo o brilho do teu olhar, penso que é no meu coração que esta imagem deveria para sempre ficar. Não no coração de outrem, e sim apenas no meu, meu bem. Se eu pudesse, guardaria esse olhar infindo, pois este para mim é o presente mais lindo. Ah, meu anjo, se tu me destes teus olhos para que eu tomasse conta, eu nunca haveria de partir, como na música de Chico, pois tamanha prova de amor, eu não abdico. Para mim não importa se me fazes sofrer, se me fazes penar. Não me importo de chorar, se for para descobrir o que quer me dizer este teu olhar. Não me importa se és como um livro difícil para interpretar, não me importa se teus olhos são como uma janela opaca, impedindo-me de revelar o teu olhar, pois ao mesmo tempo que tens no olhar essa névoa densa e opaca, também tens estes os olhos de ressaca, revoltos como a mar, que me fazem querer mergulhar e sonhar. E mesmo que teu olhar me engane, agindo sempre como uma Capitu cigana, oblíqua e dissimulada, sei que sem teus olhos eu não sou nada.
Pois só há um lugar onde a paz eu sempre poderei encontrar.

sábado, 5 de novembro de 2011

Assim tão louco.


E por vezes você volta a minha mente.
Bate falta de você do passado ao presente.
Não é porque eu quero que fique, mas não se vá.
Não é como se eu desistisse, mas não voltaremos a tentar.

Porque é como você disse um dia.
Você sempre esteve aqui, só eu não via.
Como antes, tudo que eu quero é que as coisas deem certo.
Pode até ser que eu termine mal, mas ainda triste, da felicidade, estarei mais perto.

E que quando chegarmos no fim, que tudo isso ainda importe.
Os laços que criamos ligam todos nós, por sorte.
É estranho saber que tudo que sentimos, sentimentos velhos e passíveis.
Possam mudar, melhorar ou continuar como sempre foram. Imbatíveis.

Desculpe essa melancolia.
Talvez seja essa nostalgia
que me deixa assim tão louco.
Mas gritamos alto:
"Da felicidade, todos acabamos roubando um pouco."

Não quero que nada mude.
Mas nos sonhos confusos é como se eu gritasse: "Por favor, me ajude!"
Nem ouvir: "Éramos só adolescentes naquela época tão louca!"
Um comentário vazio, de tristeza, minha voz fica rouca.

Amei você, e por isso, te quero bem.
Mas é o meu amor falando, lembra dele? "Acabem!"
Não desvio meus pensamentos. Olho pra cima e vejo o céu.
Piscam as estrelas e é a que mais brilha nesse imenso véu.

Deito a deriva e sinto aquele frio.
Como se fosse cair pra cima, me sobe um calafrio.
Mas as luzes ao redor me trazem de volta, são os brilhos civis.
E de tão longe, eu só quero é ser feliz.

Desculpe essa melancolia.
Talvez seja essa nostalgia
que me deixa assim tão louco.
Mas gritamos alto:
"Da felicidade, todos acabamos roubando um pouco."

Se lembra o que você me disse antes de ir?
"Se cuida." Eu ia responder: "Te amo.". Você nem quis ouvir.
Sei que te fiz esperar, mas acho que o que você fez foi pior.
Senti a sua dor, só que ela me fez bem maior.

Te esperei por mais tempo do que devia e ainda espero.
Acho que até a próxima, eu deva esperar um tempo enquanto me regenero.
Vejo sua sombra voltando ainda bem distante.
É a volta que eu mais aguardei, que foi mais importante.

Apesar de que, talvez quando você voltar eu ainda esteja aqui.
Talvez não.
Talvez você entenda as coisas que escrevi.
Talvez não.
Talvez se interesse e queira saber das coisas que ouvi.
Talvez não.
Talvez entenda minha história e me espere do outro lado. Duma coisa todos temos certeza: Eu vivi.
Talvez não.

Desculpe essa melancolia.
Talvez seja essa nostalgia
que me deixa assim tão louco.
Mas gritamos alto:
"Da felicidade, todos acabamos roubando um pouco."

Que cada um possa se encontrar nessa tempestade.
E, meu amor, que seja feita nossa vontade.