sábado, 13 de agosto de 2011

Ao dia dos pais

Você sempre me ensinou a não ligar pra essas datas, e eu não ligo mesmo. Eu sei que são datas capitalistas, que na realidade servem mais pro comércio lucrar do que outra coisa. Mas infelizmente, com todos esses comerciais de pais e filhos, com todas essas pessoas querendo estar próximas de seus pais, eu confesso que a saudade só faz aumentar. Eu não ligo tanto para essas datas, pois para mim as pessoas deveriam estar próximas de seus pais todos os dias, e não por causa de uma só data. Mas confesso que ouvir quando os outros falam de como foi o dia dos pais me dá uma certa angústia, uma pontinha de inveja. E nesse ano está pior. Eu já não sonho contigo há tanto tempo, que todos esses sentimentos estão piores. Não há um dia que eu não pense em você, que eu não converse contigo, mas você já não me responde mais. Eu não quero parecer uma esquizofrênica louca, mas sinceramente, minha imaginação me conforta. Mas não está confortando mais. Eu sei que você tá aqui comigo, cuidando de mim, eu realmente acredito nisso. Eu sei que você de alguma forma sabe de tudo, que você está presente. Mas mesmo acreditando nisso tudo, mesmo pensando nas lembranças de uma forma positiva, mesmo tentando estar feliz, é inevitável que eu esteja triste, é inevitável que eu tenha vontade de chorar. Eu tento ser forte, eu juro, mas te confesso que há uns dias isso tá sendo impossível. Eu precisava de você aqui do meu lado, fisicamente. Eu precisava de um abraço seu, precisava conversar contigo. Por que você sumiu dos meus sonhos? Por que eu não converso mais contigo? Isso tudo amenizava a saudade e me confortava um pouquinho. Me fazia pensar que eu tava crescendo contigo aqui do meu lado ainda, mesmo que nas lembranças, nos sonhos e no coração.
Mas hoje está mais difícil. Na verdade, isso anda mais difícil. Eu estou escrevendo mais na esperança de que você volte pros meus sonhos, mais na esperança de imaginar as coisas de um jeito mais real, como sua voz ou frases que você provavelmente diria. Eu não me canso de imaginar conversas e abraços, mas nada disso é tão real como antigamente. Eu não sei o que mudou, e também não sei o que fazer para que tudo volte. Eu só espero, peço, faço meus apelos mentais para que você apareça.
E esse é meu texto é mais uma forma de apelo, é pra que você volte, esse desespero é pra que você apareça. Eu sei que esse dia deveria ser seu, mesmo que você não esteja mais presente, mas esse é o meu desejo de dia dos pais: um abraço seu.

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