domingo, 1 de maio de 2011

Planeta Lágrima

Tudo está tão errado.
Tão fora do lugar.

Por vezes eu debrucei, sozinho, da grade daquela rampa e mirei ao longe acenando para alguns amigos. Mas, ela também acenou. Só para depois perceber para quem eu realmente acenava, e tentar abafar o gesto. Ela nunca vai saber que eu reparei nisso.

Já ontem, fiz uma coisa do qual eu não me arrependo hoje, mas amanhã eu vou me lembrar das inúmeras vezes que eu bati a cabeça na parede falando que nunca mais eu faria aquilo outra vez.

Pego meu celular e vejo uma faixa negra atravessando o visor. Sorrio ao ver o nome que brilha nela. Agarro-me a vontade de tocá-la e a respondo com minha imaginação perto do cruzeiro do sul.

Ligo o msn e uma janela chama por mim. Perguntas sobre o convite que eu lhe prometi, mas nunca fui corajoso o suficiente para embarcar em seu navio.

Devo desculpas a quem eu fui tão idiota. Não acho que vou me fazer entender qualquer dia, mas posso fazer por onde ser desculpado.
Só nunca poderá dizer que eu não estive contigo, eu estive às ordens e aos princípios de um falso-namorado.

E então uma lágrima cai ao chão.
Viro-me devagar olhando até reconhecer a dona.
Tudo perde o sentido, a razão e a direção.
De repente aquela lágrima vira um dilúvio que lava a preocupação.
E então todo a escuridão do negro se esvai.
E é naquela lágrima que estou, e é naquele rosto que todo o meu verde se concentra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário